segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia 25 de Julho: Dia Nacional do Escritor.


E não é fácil carregar a responsabilidade de se expor a todo o momento. Expor a alma que grita, o coração que sangra, o sorriso mergulhado em lágrimas. Tudo isso por sentir e se obrigar a tentar colocar nas palavras, aquilo que o peito não segura mais sozinho. Só quem se permite mostrar, nu e sem medo, esperando que alguém lhe enxergue com olhos de espelho, por inteiro, suspirando e sentindo, em cada entranha, o que se mostra por aquelas palavras, tão sofridas, tão felizes, o que o coração insiste em esconder.Só sente quem a alma dança perdida nos sentimentos, que toca, que fere, que grita o que todos sentem, sabendo o peso do que é registrar.
E o bem que é se sentir, por inteiro.



Franciélle Bitencourt.


Sejamos saudosos aos desbravadores da alma! Dia 25 de Julho: Dia Nacional do Escritor.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cinza e chuvoso.


Não é a melhor coisa do mundo se sentir desamparado, precisando de afagos intermináveis, alguém ou algo pra se apoiar. Não é questão de parasitar e sim de abafar um pouco essa insegurança que deitou sobre mim. A fragilidade entrelaçou suas mãos com a minha essência, e faz dela mais sensível do que já é por natureza. Às vezes o medo é tanto que chego a ficar tonta. Dói o corpo, dói o peito, doem os pulsos, dói à alma. E olha que eu tento fingir até pra mim que está tudo bem. Sei que é mais uma daquelas fases de alto-encontro, de pesar o que deve continuar sendo carregado dentro desse peito que fadiga e o que deve ser jogado fora no primeiro bueiro em que eu passar, mas a falta de sabor na ponta da língua, o tempero dos dias, se dissipa em minhas mãos e a indiferença toma o seu lugar. Eu sei, vai passar, mas enquanto estiver cinza e chovendo aqui dentro, eu vou chorar, vou aflorar minha dor, esperando o dia em que tudo voltará a ser azul e limpo, com algumas nuvens, eu sei, mas bem menos carregadas de dor.



Franciélle Bitencourt.

sábado, 9 de julho de 2011

Instintos.


E o coração acha que pode ir e vir aqui por dentro. Uma hora bate no peito, outra hora no estômago, quando não está na boca ou na palma das mãos.
Tem vida própria, age como se não houvesse razão a ser seguida, como se o cérebro existisse apenas para controlar os movimentos e as partes do corpo.
Ora acelera no peito, mediante um delírio de amor. Outrora cai pro estômago, onde se esconde em meio a acidez do mesmo, achando que isso é melhor do que tentar superar os medos. Quando menos se percebe é arremessado para a boca, onde fica na dúvida se volta para o peito - de onde nunca deveria sair - ou se se rola para as mãos, mesmo sabendo que o cérebro - aquele que comanda apenas os movimentos e as partes do corpo - irá decidir pra onde ele deve ir: se voltará pra dentro do peito ou se será arremessado para lata de lixo, onde muitas vezes o coração quis estar.
Mas ele insiste em arriscar, sempre em nome dos seus sentimentos. Seguidor fervoroso dos seus instintos de sobrevivência.

Franciélle Bitencourt.