domingo, 13 de novembro de 2011

Sem saber...


Eu sou tanto, sou tantas, sinto tanto, transbordo tanto. E como posso querer que me entendam se eu mesma me perco em minha loucuras e estranhezas? Já não sei mais controlar tudo o que sinto e até mesmo o que deixei de sentir. Entrego-me as minhas angustias e fraquezas. Permito-me sentir mais do que o meu peito suporta. Deixo-me derramar em lágrimas. Desfiguro-me em lamúrias.

Meu coração já não reconhece suas batidas, se entristece com o que vê, se lamenta pelo que não alcança mais.

A vida dança ao som de Le Moulin, e aquele sentimento arrancado do meu coração se transforma em batidas perturbadoramente calmas e descompassadas, fora de mim. Sensações descobertas ao acaso, excitações impertinentes e imprudentes. Culpas inexistentes que gritam no meu âmago. Sensibilidade que entorpece e enlouquece. Melancolia inexplicável e persistente. Vontade exorbitante de abafar essa dor que dói no peito. Ambição tremenda de fugir mim.



Franciélle Bitencourt.