A difícil escolha de levar adiante, como se nada fosse mudar ou me precaver de futuros desastres, me deixa incrivelmente absorta sobre o que realmente devo levar em conta.
A alma inquieta pedi por sossego, encontrado em palavras, em olhares, em sorrisos, em abraços, no respirar, no sentir-se viva, no acordar e nada temer; mas nada disse me é entregue.
Quanto mais respiro palavras, mato a sede de conhecimento, me alimento de sabedoria, mais meu mundo fica amargo, desesperado, sem vida.
Há tanto o que fazer e tão pouco a se tentar. Ou vive-se o presente sem pensar no amanhã, ou entra-se numa paranóia que pode não haver mais fim.
Lá fora o sol resplandece. Mal sabem que ele poderá ser o nosso maior inimigo um dia. Ironia.
Prefiro a chuva, as gotas na janela, o dia cinza, calmo. Acalento das minhas inquietudes, das minhas unhas roídas até o talo.
A pressão da escolha certa, o ultimato do medo, o desapego a rotina, me tiram o sono e me trazem a apatia.
É tentando me consertar que eu vou vivendo, apegando-me ao desapego, tentado todos os dias ensejar um novo final.
Franciélle Bitencourt.
Nenhum comentário:
Postar um comentário