
É estranhamente bom conhecer alguém que se pareça com a gente. É estranho porque o normal é não conhecer, não se achar em outra pessoa, é se sentir sozinha em meio a maioria. Normal é ser taxada de inocente de mais, sonhadora de mais, bobona de mais, e ainda ser obrigada a levar todos esse adjetivos - que deveriam ser recebidos como elogios - pelo lado mais pejorativo que possa existir. E ter que ficar quieta. E ter que continuar pensando que talvez eles estejam certos. Até aparecer alguém - ou algumas pessoas - para ti mostrar que você não está tão sozinho assim.
Não sei se posso atribuir toda essa minha sensibilidade extrema de hoje à temida TPM, talvez até seja e sendo assim, prefiro levar esse momento que a dita "maior inimiga das mulheres - e dos homens também! - nos proporciona como uma válvula de escape, para liberar tudo o que tenho de melhor aqui dentro, mas com uma pitadinha de melancolia. Soltar os meus extremos, usar isso como desculpa e ligar para quem eu gosto só pra dizer "eu te amo, você é muito importante pra mim", ou para olhar para o lado e pedir um abraço sem medo, ou também pra dizer à quem eu mal conheço, o bem estranho que ele me faz, sem que esse alguém nem possa imaginar.
É estranhamente bom gostar de quem a gente mal conhece somente por sentir a energia dela, o olhar dela. É estranhamente bom descobrir que existe alguém que pensa como você, sem nem precisar trocar uma palavra se quer.
Franciélle Bitencourt.