quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Seja forte, menina!





Viu, menina? Eu lhe disse para não dar ouvidos pra ela. Eu sei que ela é envolvente, chega sorrateiramente, fica murmurando no seu ouvido como quem não quer nada – ou quase nada.

Eu sei que eu aparento sumir às vezes, mas faço isso pra ver até a onde a fé em você mesma é capaz de ti levar. Tem momentos em que eu ti vejo tão fraca, menininha, rendendo-se a todas as dores, pedras e sacrifícios que aparecem no meio do seu caminho. Se eu testo você é porque sei que és capaz. Não duvide disso, não dê ouvidos pra outra que não quer tanto assim o teu bem, minha doce menininha.

Vá! Usa essas asas que você mesma lhe deu e voe pra longe, bem alto e não tenha medo de cair! Caso isso aconteça, levante, sacuda a poeira das mãos, limpe os joelhos, erga-se novamente e se impulsione a voar de novo, quantas vezes for preciso! Mas pra cima, menina. Jamais se jogue pra baixo porque a outra falou, querendo dizer que no fundo é você que quer isso. Não a escute! Ela não é tão boa assim quanto parece ser. Eu sei que às vezes ela lhe pega pelas mãos, te leva pra um lugar bem alto, soltando papinho, passando por caminhos tentadores, agindo gentilmente e prometendo infinitas coisas, mas ela só quer te empurrar lá de cima e pra isso te coloca cara-a-cara com a outra face dela, lá em cima daquele abismo. E diz pra você pular, e diz pra você não ter medo, e fala pra você agir, te chama de covarde, te incentiva a cortar o ar sul e verticalmente.

Tira ela de perto de você, menina. Eu sei que a melancolia e o frio são atrativos pra você, mas olhe pra mim. Olhe pra você. Eu sou bem mais bela do que você imagina, do que você vê. Faço-lhe passar por situações únicas, nem sempre tão bonitas, mas que sempre te ensinaram a crescer, a ser e a moldar você. Abre um sorriso bonito, menina, e veja que a felicidade está a um palmo de você. Jogue-se com tudo pra cima de mim, minha menina, que apenas eu, vulgo Vida, posso mostrar o caminho de tudo que tanto anseias. Solta a mão da Morte, minha menina, e segure a minha, mas bem forte, que ainda tenho o mundo todo pra lhe oferecer.


Franciélle P. de Bitencourt.

7 comentários:

  1. Love it! Sei que não se pede explicações aos poetas, mas no final vi que vc tava falando de vida e morte, mas poderia ser um diálogo entre você e você mesma.

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  2. Olhe pra mim. Olhe pra você. Olhemos pra nós. E aí, feche os olhos; mergulhe. Mergulhe na Vida. Ainda que doa, ainda que morra, ainda que parta. Porque toda partida é chegada. E toda morte é nascer. Do avesso, por certo.

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  3. A vida chama, de braços abertos.
    Adoro a intensidade dos seus textos.

    Beijos, flor!

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  4. Fran, que texto lindo! Incrível demais!
    Esses dias conversava com uma amiga, e ela dizia-me que a vida dela não fazia mais sentido e blá blá blá...senti-me na obrigação de dizer a ela que a vida é incrível mesmo sendo tão difícil e cheia de problemas. Digo isso porque aprendi a valorizá-la a partir do momento em que a vi passar diante dos meus olhos e sentir que estava mais para lá do que para cá por conta de uma infelicidade ocorrida há alguns anos.
    Apesar de todos os problemas e de todas as complicações que a Vida nos traz, ela mesma nos chama a vivê-la da maneira que deve ser, com alegria, com felicidade e aprendizado, basta abrir olhos para esse convite.

    Peço desculpas pela ausência, Fran rs
    Quanto ao Eternos Rascunhos, decidi excluí-lo sim. O fiz no final de julho. Havia percebido que era hora de dar fim a certas coisas para que outras pudessem ser iniciadas e, infelizmente, o blog foi uma das coisas que tive que finalizar. Mas continuarei visitando esse blog de palavras tão encantadoras, que é o seu!

    Beijos querida, tenha uma excelente semana!

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