domingo, 26 de dezembro de 2010

Fim de tarde


“Aqui me encontro

Mais um vez sentada,

Admirando como todos os dias

A bela noite.

Lua... A eterna cúmplice

Dos meus mais profundos sentimentos...

As estrelas

São a únicas que eu sei

Que sempre estarão ali

A minha espera.

Sinto a suave brisa

Tocando minha face pálida

E quase sem expressão,

Mas q ao mesmo tempo

É a única

Que consegue fazer com que eu sonhe...

Aprisionando-me a esses sonhos

Feitos de dor

Eu sinto uma enorme vontade

De nunca mais retornar as realidades

Deste mundo...”


Franciélle Bitencourt

14/08/2006



Estava olhando algumas velharias no meu computador e encontrei isso.

Percebo que a muito as palavras já fazem parte de mim.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


"Os dias que eu me vejo só, são dias que eu me encontro mais..
e mesmo assim, eu sei também, existe alguém pra me libertar."
Condicional - Los Hermanos



Alguém sente falta de mim aqui? -Momento carência-
Tão cheia de nada.. tão vazia de tudo... É assim que eu tenho me sentido, estranha.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ela. Ele. III


Ele chega repentinamente, cabelos molhados do banho tomado a menos de 3 minutos. Ainda se vê - e se sente - as gotículas de água perfumadas escorrendo pela sua vértebra esguia.
Ela meio-sono, se vira tentando decifrar se está acordada ou sonhando com aquele corpo se colocando sobre o seu. Ele fala: "Eu quero as luzes acesas, eu quero mirar cada canto desse corpo que me será entregue agora". Ali ela percebe que está sonhando sim, mas de olhos abertos. Ele fixa seus olhos nos dela, em questão de segundos deixa ela completamente nua, mostrando tamanha habilidade e intimidade com aquele corpo que se arrepiava mediante o cheiro de querer que emanava do seu corpo. Ela estremecia sempre, com aquela mão colocada entre suas pernas, aquele corpo que insistia em se fundir ao seu. E ele continuava a olhá-la fixamente, mas agora não somente para aqueles olhos amendoados e doces que ele tanto insistia em se perder, ele olhava também, milimetricamente, para todas aquelas curvas expostas a ele ali, sem medo algum. Ele sentia um fogo ardente, desejando incontrolavelmente aquilo que estava posto ao seu deleite.
Era pele. Era química. Era desejo. Era amor. Era bem-querer. Era vida.
Aquela luz acesa não fazia com que ela sentisse vergonha dos defeitos que a mesma insistia em dizer que tinha. Na verdade, ela se achava a mulher mais linda e desejada de todos os mundos parelelos que pudessem existir, tudo isso pelo fato de ele lhe cobrir de palavras de amor, tanto quanto a desejava em meio aqueles abraços e murmúrios.
Ele a amava tanto, sem malícia, sem pecado, sem pudor, sem medo.
Ela sabia que não havia lugar algum, mais seguro que aquela fortaleza de ossos, carne e pele que lhe cobriam naquele momento, de carícias e sentimentos.


Franciélle Bitencourt.






"Ele" e "Ela" já fazem parte de mim.
Desculpem-me em insistir "Neles", mas é que esse delírio todo é tão estimulante.
Pelo menos para mim.




(Alguém já cansou "Deles"?)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Surpresa!


Último dia de faculdade - mesmo sem eu saber disso ainda, sento do lado esquerdo da sala, no meio de pessoas que eu nem tinha tanta convivência e intimidade assim. Olho para trás e vejo uma mocinha miudinha, com um rostinho firme, mas que não conseguia - pelo menos para mim! - esconder tamanha doçura e sofrimento. Puxo um assunto bobo, só para ter o que conversar e em questão de minutos estamos na escadaria do lado de fora da sala, sentadas, confidenciando coisas que jamais havíamos contado para alguém! E foi assim o primeiro e último dia de convivência com essa menina que hoje diz me admirar e entender o que coloco quando passo por aqui, em forma de sentimentos. E essa garota, que vezenquando vem me surpreendendo com os nossos encontros repentinos! Não perdemos total contato depois que parei a faculdade, mantemos uma amizade relevante a ponto de continuarmos conversando sobre tudo sem nem termos ao menos mais de 24 horas juntas, aglomerando todos os nossos encontros. Conto isso porque essa garotinha, hoje, me enviou um e-mail no qual falava algumas coisas que pensava e sentia por mim e pedindo também que publicasse um poema, anexado a esse e-mail, de sua autoria, no qual a mesma não queria que eu colocasse o seu nome aqui, quando o publicasse. Claro que não relevei esse último pedido, pois acho que ninguém tem que se esconder do mundo por ser o que é. Aqui coloco mais um dia de sentimento de uma pessoa cheia de rotina como qualquer outra, mas que se diferencia de muitas por ter o sentimento expelido da pele.



Ao olhar-te tenho Medo!

Sento na cadeira, olho para frente, e vejo você. Olho para seu rosto e vejo tantas faces. Olho novamente e chego então ao fundo da tua alma. Sinto um medo!

Não um medo de morte, mais um medo de amar. Talvez eu seja assim, e nunca passarei disso. Preferindo sempre ser prudente, organizada sistemática e a conseqüência disso talvez seja a frustração.

Mais se mesmo sem poder te ter, eu pudesse ao menos te olhar todos os dias. Mas nem isso a mim será permitido.

Para que princípios? Se perdermos aquilo que mal temos, mais que no fundo almejávamos tanto ter. Infelizmente seremos assim distantes... Ha um abismo entro nós.

Achei-te tarde!

Chego em casa olho no espelho e vejo a minha face, tão branca e frigida, então olhando no espelho vejo nos meus olhos a tua imagem forte, nítida.Está gravada dentro de mim...Olhando para os céus grito a DEUS perguntando que mal eu fiz..Para te amar.

Então percebo que a momentos que DEUS se cala. Talvez tu sejas uma tentação, para deturpar meus princípios. Doce tentação, mais talvez tu sejas o futuro... Nunca terei certeza do que tu realmente serás.

Única certeza que tenho é que ao te olhar tenho medo, medo de te amar


Por: Letícia Marques



Está aí, singelo e firme no que pensa e sente.

Nada mais radiante do que se mostrar, em forma de palavras.

Amizade e admiração que brotaram do nada mas que são grandiosas para mim.

Gostaram? Quem entende o que ela (eu!) quis dizer, vai ter adorado tudo isso.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sozinho


Às vezes no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois

Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho os meus desejos e planos secretos
Só abro pra você, mais ninguém

Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela de repente me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora

Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

SOZINHO
CAETANO VELOSO



Acho essa música tão.. Tão.. Entende?
É, eu sei que sim.

sábado, 6 de novembro de 2010

Começo.


Os nossos sonhos - que nunca deixarão de ser sonhados, já começam a deixar de serem apenas sonhos - no sentido literal da palavra, para começarem a tomar formas levemente reais, com algumas texturas e com cheiros um tanto que peculiares.
Observa-se pequenos traços, não menos significantes pelo seu tamanho, que começam a ocupar o lugar tão almejado pelo até então, sonho.
Nem perto, nem longe, mas o suficiente para poder levar o sinônimo de começo.


Franciélle Bitencourt.

"Tem gente que leva o cachorro para passear.
Eu levo os meus olhos."

Rubens Alves

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Humildade


Ser humilde é ser nobre.

Não falo em se fazer de pouco, em se julgar menor ou menos importante do que o outro, tampouco em se rebaixar a ponto de ser pisado e não falar nada. Falo da humildade de alma, de coração, de sentimento.

Há poucos sentimentos que encaixo no patamar da nobreza, e um desses poucos se chama humildade. Saber reconhecer seus erros, deslizes, infortúnios indesejados e pedir perdão.

A humildade lava alma de qualquer pecado, de qualquer maldade.

Ela te salva de caminhos errôneos, de faltas impensadas.

Ser humilde é ter honestidade entranhada no ego.

Não deixe que o orgulho em excesso te faça perder um amor - seja amor de pele ou de irmandade, te leve ao ponto de errar e não ter a hombridade de olhar pra trás e reconhecer.

Orgulho é um sentir elevado de reconhecimento pessoal. Não deixe que isso extravase e se transforme em arrogância, nem que o sinônimo de soberba prevaleça.

Escute seu íntimo com a alma. Respeite quem sempre esteve ali, ao seu lado. Por mais que, talvez, não estivesse.

Ser humilde é ser simples, honesto, passivo, modesto.

É dar uma chance de se redimir aos erros, incertos ou não.

Não espere perder para dar valor.



Franciélle Bitencourt.




"São os meus sonhos que firmam os meus pés no chão."


Franciélle Bitencourt.

Can't Take My Eyes Off You


You're just too good to be true.
Can't take my eyes off you.
You'd be like Heaven to touch.
I wanna hold you so much.
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive.
You're just too good to be true.
Can't take my eyes off you.

Pardon the way that I stare.
There's nothing else to compare.
The sight of you leaves me weak.
There are no words left to speak,
But if you feel like I feel,
Please let me know that it's real.
You're just too good to be true.
Can't take my eyes off you.

I love you, baby,
And if it's quite alright,
I need you, baby,
To warm a lonely night.
I love you, baby.
Trust in me when I say:
Oh, pretty baby,
Don't bring me down, I pray.
Oh, pretty baby, now that I found you, stay
And let me love you, baby.
Let me love you...

Can't Take My Eyes Off You
Frankie Valli and The Four Seasons

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Fazer amor.


Deitados em sua cama forrada por lençóis azul-turquesa, ele a fitou com ternura, acariciou o rosto dela com a parte externa da mão direita. Com a mão esquerda, por baixo da blusa que a cobria - um tanto que transparente e convidativa -, escorregou a mão sobre o tronco superior dela, do pescoço, passando por entre os seios até o umbigo. Olhou-a de novo com um misto de intimação e afeição e lhe disse: "Faz amor comigo, agora?". Ela se assustou. Olhou-o com ar de querer misturado com medo e lhe respondeu: "Mas, não estamos sozinhos em casa! A qualquer momento alguém pode abrir a porta!". O mesmo a encarou com um sorriso manso no rosto. Pegou em sua mão, beijo-a. Passou o seu dedo indicador da testa ao queixo dela. Pousou um beijo cheio de amor nos seus lábios. Pregou os seus olhos amendoados nos olhos que pertenciam a ele e lhe retrucou com perspicácia: "Viu? Acabamos, mais uma vez, de fazer amor, sem nem se quer nos tocar por inteiro." Puxou-a para perto do seu peito, afogou-a em seus braços. Ela sorriu, lisonjeada por ter conhecido ele, a quem tanto lhe ensinava sobre a divindade de viver e fazer o amor.


Franciélle Bitencourt.

domingo, 10 de outubro de 2010

Espera.


Ela desliga o telefone. Suspira. Não sabe dizer se foi um suspiro de alívio ou de apreensão.
Antes de apertar o botão "off" do telefone escutou as últimas palavras dele: "Quando eu voltar me dá um abraço, bem forte? Sinto saudades. Eu estou voltando pra perto de você, falta pouco. Te amo, beijo."
Um nó molhado se forma instantaneamente na garganta dela. Nó que se desfeito, se exterioriza em forma de lágrimas. "Deixa o nó aí" pensou ela duramente. Deixa para que ele, quando chegar, o desfaça com um beijo longo e um abraço intenso que irão dizer: "Vem cá, me deixa recompensar esses dias com uma noite de amor quente, que vai desmanchar qualquer nó que esses dias deixaram marcados, nesses corpos que tanto se entendem. Que tanto se querem."
Os nós começarão a se desmanchar. As lágrimas começarão a escorrer.
De ambos. Saudosos de amor.
Ela imaginava tudo isso no seu âmago intocável. Ele esperava o momento que poderia realizar o que ela tanto almejava. Eles estavam sintonizados, no mesmo desejo de se ter.
De novo.




Enquanto isso, ela espera.
Paciente. Ofegante. Acelerada. Amante.



Franciélle Bitencourt.

Quem me dera.


Quem me dera não conseguir transformar dias em inquietudes constantes
Fazer de minhas palavras pássaros que fossem até você levar os meus sussurros de amor.
Quem me dera ser a estrela mais brilhante a se enquadrar na sua janela
Ter a saudade dissipada no vento que tropeça nas palavras, jogadas ao léu.
Quem me dera ter a realidade feita de sonhos acordados, sonhados por você
Transformando angustia em leveza de bem querer.

Quando me calo, quase ouço a melodia ecoada pela sua voz.
Quando me resguardo, quase sinto a sua respiração arrepiar os pelos da minha nuca.
Quando fecho os olhos, quase vejo seu sorriso se aglomerando ao meu.




Meu peito implora. Não demora.




Franciélle Bitencourt.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010


"No fim destes dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa e passa a mão na minha cara marcada, na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços e você me beija e você me aperta e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem."

Caio Fernando de Abreu

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Meu eu, seu. Seu eu, meu.


Já não sei mais separar o meu eu do seu eu.
Você veio eufórico, direto, quente, se infiltrou
.
Fez da minha carne, seu alimento,

Do meu corpo, seu mapa-guia,

Fez da minha saliva o líquido que sacia sua cede.

Não sei mais onde eu começo e onde você termina.
Fusão deliciosa de nossos corpos habitados por uma só alma.




Franciélle Bitencourt.