quarta-feira, 21 de julho de 2010

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Toda vez que eu abro essa página, para tentar exprimir o que sinto, o nada toma conta da minha mente.

Toda vez que eu tento exteriorizar a minha dor, nenhuma palavra no mundo consegue revelar tudo o que tem aqui, dentro do meu peito.

Já não sei se o que sinto é certo, se o que penso tem valia, se o que vivo é verdadeiro.

Há alguns dias a angustia tem feito parte da minha rotina. Dizem que é coisa passageira, que me sinto assim porque estou cansada, porque minha vida se tornou uma rotina ou porque estou perto "daqueles dias".

Eu digo que é o vazio. Não me pergunte o porquê, eu não saberei responder. Eu nem ao menos sei se é isso que eu sinto/tenho realmente.

Hoje pela manhã, quando acordei, parecia que não fazia 10 minutos que eu havia me deitado. O corpo pesado, cansado, já não consegue seguir o fervor da rotina diária. A mente já não processa as coisas com a mesma rapidez, a vontade já se esconde por trás dos devaneios.

Levei 15 minutos para me arrumar, não mais que isso. Tomei um copo de água. Qualquer coisa que eu colocasse dentro de mim que não fosse água, voltaria, da mesma forma que entrou.

Segui o meu caminho matutino até a parada. Levo 8 minutos contados no relógio para chegar até lá. Nesse meio tempo, sigo, freneticamente, olhando as minhas passadas duras no chão de concreto, e tento entender, realmente, para onde que essas passadas me levam, se para o meu trabalho diário, visto simplesmente com o sentido real do vocabulário, ou se para o meu futuro, que eu nem sei o que é. Se souber, já não confio mais tanto assim.

Pode ser amargura do momento, daqui algumas horas pode até passar. Mas se não passar? Se isso resolver se perdurar por mais alguns dias, semanas ou meses? Vou ter que seguir assim, perdida de mim por quanto tempo?

Dói. Não sei onde, não sei o porquê, nem o que é, mas sei que dói. Muito.

Eu precisava falar. Sei que não disse muito, ou disse sem saber, mas eu precisava tentar.



Mais uma vez,

Franciélle Bitencourt.


Um comentário:

  1. Muito bom, belo texto!
    Também me sinto assim, as vezes bate até uma indecisão. Coisas que acontecem, mas que não podem se tornar rotina junto com o nosso dia-a-dia!
    Parabéns pelo blog e obrigado por seguir o meu, estou te seguindo também!

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