segunda-feira, 28 de junho de 2010

Desejo



Tenho desejo desse amor ardente,
Que sinto no seu olhar flamejante,

Que repulsa do seu corpo vil.


Tenho sede do seu corpo indesvendável,
Da sua mão nas minhas pernas,
Do seu suor junto ao meu.

Quando eu falo que te quero, é porque te amo

Amo-te de qualquer jeito

Com doçura, com euforia, com pecado, com inocência.


Quanto mais te tenho, mais te quero

E quanto mais te quero, mais meu corpo implora pelo seu, aqui, colado.

Gosto desse amor sem medidas, desse amor sem repulsas

Desse amor que tudo sabe, que tudo sente.


A gente se entende, em meio aos nossos abraços

Dentro de quatro paredes,
No íntimo de nosso âmago.

Vem. Cola. Gruda. Prende. Segura. Deseja. Ama. Castiga.
Faz-me cada vez mais querer-te amar e amar.




14/06/10
02:14 a.m.

Franciélle Bitencourt.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

"O amor...


É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!"

Cecília Meireles


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Velhas lembranças...


Por mais que a gente ouça os outros falando “é melhor dar valor enquanto está vivo do que depois que estiver morto", ou "um dia eu vou morrer daí você vai sentir falta de mim", ou até mesmo "eu não tenho me sentindo bem ultimamente, fica aqui comigo?".
Pois é. Hoje quando eu estava vindo para o meu trabalho, entro no ônibus e me sento do lado de um senhor de idade, devia ter mais ou menos uns 75, 80 anos. De repente, ele começa a conversar comigo. Esse foi o momento em que eu prestei atenção nele e me assustei com a semelhança que ele possuía com o meu falecido e querido avô.
Sabe aquela coisa que o jeitinho, o sorriso, os cabelos brancos com as "entradinhas", as mãos, tudo lembrava ele?

Meu avô faleceu quando eu tinha 12 anos, eu não tinha muita convivência com ele pelo fato de morar a 2 horas de onde ele morava. Quando podíamos vê-lo, nós sempre íamos.
Meu avozinho sempre foi muito ativo, era pião de rodeio, tinha uma égua linda com a qual participa de campeonatos de laço, corrida e que também, levava eu e o meu irmão para passearmos. Era daqueles tradicionalistas, churrasco feito no chão e a cuia do chimarrão sempre do lado. Acordava no máximo 06h00min da manhã todos os dias, e sempre me chamava de Francisquinha. Quando eu queria comprar bala ou chocolate e os meus pais não me davam dinheiro, lá vinha meu avozinho com a sua bolsinha de couro onde guardava as moedas, e sempre me dava umas bem graúdas! Todas as vezes que eu dormia lá, eu era obrigada a acordar e colocar a minha roupa de prenda, isso até os meus 8, 9 anos. A felicidade do meu avô era ter sua netinha preferida prendada e o seu netinho mais novo piunchado, sentados em sua perna tomando chimarrão com ele! Eu me divertia muito com isso!

Ocorreu que uma vez, quando estávamos em um rodeio, meu avô me colocou e colocou também o meu irmão em cima da égua, e nos levou embora fugidos dos nossos pais, cavalgando muito rápido! Ele viu que estávamos cansados de ficar ali o dia inteiro, e o meu pai não queria ir embora tão cedo. Ele ficou sensibilizado com a nossa situação, pois já estávamos, praticamente, dormindo próximos a sua égua. Veio ele, todo carinhoso dizendo: "Francisquinha! Zéquinha (como ele chamava meu irmão) corram aqui que o vô vai levar vocês embora!". E lá se foi ele! Eu agarrada no meu irmãozinho, que estava sentando entre eu e o meu avô, com o bumbum em cima da ponta da cela que não era nada confortável, mas achava aquilo o máximo! Nunca havia cavalgado tão rápido, como aquele dia, na égua do meu avô!

Aconteceram tantas coisas boas enquanto ele esteve aqui. Hoje, exclusivamente hoje, me deu uma saudade enorme dele. Tive que me segurar para não começar a chorar do lado daquele senhor simpático, que tanto se parecia com o meu avô.

A maneira como ele se foi, aconteceu da pior forma possível. Suicídio.
Alguns anos antes de isso acontecer, ele sofreu um AVC, e ficou de cama muito tempo, fazendo fisioterapia, até melhorar quase que cem por cento. Quando as coisas estavam voltando para o seu lugar, a vida prega outra peça no meu avozinho e ele sofre o seu segundo AVC. Esse deixou seqüelas mais graves. Meu avô ficou com o lado direito todo paralisado, mal falava e não podia andar. Para poder fazer as suas necessidades básicas, como comer, ir ao banheiro, tomar banho, ele necessitava de ajuda de uma terceira pessoa. Meu avô tinha uma namorada - minha avó faleceu de câncer, quando meu pai tinha 13 anos. Meu avô prometeu em cima do caixão dela que, só se envolveria com outra mulher quando todos os seus filhos tivessem se casado. Demorou quase 30 anos para que isso acontecesse, e ele cumpriu com o prometido - alguns anos mais nova que ele. Ele era muito bonito e tinha presença, apesar da sua vasta idade, e ainda chamava atenção das mulheres maduras como ele. Meu avô pode amar de novo quando conheceu essa mulher, mas acredito que ele não era tão correspondido como imaginava. Quando a situação dele começou a piorar, essa senhora simplesmente o abandonou, deixando o meu querido avô mais uma vez amargurado por ter perdido, novamente, alguém que ele amava.

Por mais que fizesse fisioterapia, a situação dele não melhorava muito. Ele até começou a andar com a ajuda de um apoio com rodinhas, mas isso não chegava nem perto do que ele queria voltar a ser. A tristeza era visível nos seus olhinhos cansados, e o amor pela vida ia se dissipando em meio as suas dificuldades. Viveu assim por alguns anos, ou meses, não me lembro exatamente, até que um dia não agüentou mais.

A filha da minha prima, que na época tinha uns 5 anos, num dia de manhã cedinho, às 06:00h da manhã, entra na casa onde o meu avô morava com a minha tia, e vê o que ninguém gostaria de presenciar na vida.
Saiu correndo, berrando pela minha tia dizendo: "Vó! Vó! O bisa tá com uma corda no pescoço e se tremendo todo no chão do lado da cama!". Minha tia correu, largou o leite que estava tirando da vaca no chão, mas viu que chegou tarde de mais.
Havia três nós duplos na corda, amarrado no pescoço do meu avô e na cabeceira da cama onde ele dormia. Como que ele fez aquilo? De onde ele tirou forças pra fazer uma coisa dessas?
Antes de isso acontecer, ele havia ido ao banheiro com a ajuda da minha tia, depois tomou os seus remédios, e falou: "Está chovendo hoje né? Vou ficar na cama mais um pouquinho. Minha cordinha da fisioterapia está a onde filha? Em baixo da cama?". Foram as últimas palavras ditas pelo meu avô.

Eu era nova pra entender toda a gravidade que envolvia aquilo, mas tinha plena consciência do que era tirar sua própria vida. Chorei muito.

Hoje, quando me lembrei de tudo isso enquanto percorria o meu percurso diário, senti-me profundamente culpada por não ter feito algo a mais pelo meu avô. A última vez que eu o vi com vida, ele estava sentado na sua cadeira de rodas, chorando porque estávamos indo embora, pedindo para que ficássemos lá com ele. Dói-me tanto lembrar isso, é como se surgisse um nó na minha garganta, me bate uma dor de cabeça momentânea e uma tontura repentina. Passa rápido, mas atormenta.

Hoje espero, sinceramente, que ele esteja bem, onde ele estiver. Rezo muito por ele para que sua alma tenha encontrado a paz de Deus e que ele tenha se perdoado pelo que fez.
Prefiro agora, me lembrar de quando corríamos a cavalo, íamos ao rodeio presenciar as suas vitórias como melhor laçador da região. Lembrar do melhor churrasco que eu já comi na minha vida e daquela voz rouca e doce me chamando de "minha Francisquinha".

Fique em paz avozinho, quero que saibas que eu o amo muito e que um dia ou outro, iremos nos encontrar de novo.


Franciélle Bitencourt.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Do you belive in fairy?


Sempre tive uma admiração enorme pelas pequeninas e delicadas borboletas. Elas me passam uma sensação de liberdade extrema!
Graciosas, coloridas, livres, belas! Encantam por onde passam e por quem passam.
Mas elas são muito mais do que isso! As borboletas passam por vários estágios antes de conseguirem voar, mostrando toda a sua determinação e paciência.
Tudo começa num ovinho, depois elas se transformam em lagartas, passam pela fase do casulo e por fim se libertam, transformando-se em belíssimas borboletas! Elas representam muitas vezes, a nossa capacidade de transformação!
Eu sei que há muito tempo atrás, vários povos antigos acreditavam que quando morrêssemos, nossa alma se desprenderia de nosso corpo em forma de borboleta!
Muitos dizem também, que quando as borboletas podem voar, é porque elas se libertaram de um grande feitiço!
Tudo isso só prova que nada, absolutamente nada, é pesado de mais pra quem tem asas!
Quando eu era pequena, eu sempre tive vontade de ser uma fada.
As fadas além de serem meninas/moças belíssimas, elas possuem asas de borboleta! Encantam o mundo com a sua beleza e sua delicadeza e intervêm de forma mágica no destino das pessoas!
Muitos acreditam nelas, muitos não, mas nada pode provar que elas não existem! Mundos paralelos são significativos, então quem disse que elas não podem fazer parte de algum desses mundos?
Prefiro continuar com o meu sonho de criança, não deixando morrer dentro de mim o que sempre me encantou, e como forma de exteriorização disso, eu me permiti concretizar o meu maior sonho de criança:
ser uma menina com asas de borboleta!
O mundo pode até tentar fazer com que você perca o sorriso e a magia de um inocente, mas só você pode permitir ou não que isso aconteça.
Eu fiz a minha escolha.

Do you believe in fairy? Well, I'm a fairy.

Franciélle Bitencourt.

Saudade



Saudade.
Saudade do que se foi, saudade do que nunca virá.
Saudade é prova de fidelidade, abastece os corações que realmente amam.
Saudade que palpita, que rasga o peito, que faz acelerar o coração.
Saudade que faz horas se tornarem eternidades,
e a chance de matá-la se perde em meio a própria existência.
Saudade do cheiro, do gosto, do toque, do rugir do amor.
Saudade que faz crescer o que sinto, que me ensina a esperar.
Saudade que dói, que não passa, que não se vê, que se sente.
Saudade dos olhares de ternura, do toque carinhoso, do beijo doce.
Lágrimas de saudade,sorrisos de saudade.
Saudade, nostalgia, melancolia,
Saudade.


Franciélle Bitencourt.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Amor próprio.


Paro e penso: "Como que as pessoas conseguem passar por cima do seu próprio ego para agradar outrem?".
Não me conformo com a idéia da submissão ao outro, muito menos de provar algo que por si só, se provaria - se fosse verdadeiro.
O verbo amar deveria ser conjugado apenas quando, realmente, fosse sentido.
Essa coisa de se submeter a vontades que não são suas, a desejos que não ti pertencem e a seguir verdades que não te cabem apenas para agradar alguém, se resume a pura e simplesmente falta de amor próprio.
Quando passamos a olhar pra dentro de nós mesmos, e com isso passamos a nos reconhecer e valorizar como sendo nosso maior amor, tudo a nossa volta passa a ter um outro sentido e as coisas passam a não nos atingir com tanta facilidade.
Apoio a idéia de que, quando duas almas se amam de verdade e se reconhecem como sendo parte uma da outra, elas se encaixam perfeitamente nas igualdades e nas diferenças, e se aceitam do jeito que são, porque se amam de verdade. Quando se tem o respeito e a visão de que ninguém é o que queremos e sim o que realmente são, fica mais fácil encontrar o sentido de tudo que se passa ao nosso redor.
Aprender a lidar com as diferenças e a respeitá-las é a maior prova de amor que alguém pode dar.
Dois corações se aproximam por afinidade, por atração carnal, por reconhecimento ideológico, por carinho, por vontades conjuntas, por admiração, por reconhecimento, e devem permanecer unidos pelo que são sozinhos, e não pelo que se tornarão com o tempo, que poderá ser maçante, e os sentimentos divergentes do egoísmo.
Amor de verdade não se pede, não se implora, não se humilha, não se rende, não se abala, não se destrói, apenas se revela, se doa, se reconhece no outro.
As coisas seriam mais fáceis se o amor próprio se sobressaísse sobre os demais sentimentos.
Não falo de egocentrismo extremo e muito menos da adoração ao próprio ego, falo de respeito e admiração pelo seu ser, para que por fim, recebamos o mesmo de quem nos rodeia.

Franciélle Bitencourt.

Você pode me consertar?


Sem palavras bonitas, sem explicações vis, sem meias emoções.
Apática, empática.
Hoje me confundo em meio a sentimentos, sensações.
Exausta do ardor da rotina, da exigência incabível, do abalo desnecessário.
Anseio por mudança, liberdade, pelo inesperado.
Sinto-me perdida em meio a devaneios.
O seu mundo pode até desabar, mas isso não quer dizer que seja relevante.

Alguns sonhos vagos, alguma esperança permanece.

Aflora no peito a vontade de gritar quem eu sou,
mas a razão mostra que isso cabe somente a mim saber - se é que um dia se pôde saber.
Angustia, medo, insegurança. Frutos de um desejo exorbitante que eu prefiro ignorar.

Vulnerabilidade não é sinônimo de fraqueza.

No fim, sei que tudo se torna simples e magnífico, basta não desconfiar do que se julga certo, e não ter medo de amar.

Franciélle Bitencourt.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Querido pseudo-diário...


A muito tempo, tenho sentido a necessidade de gravar os meus dias de alguma forma, as minhas recordações, os meus sentimentos, as minha vontades, os meus desejos, anseios. Pensei em comprar um diário. Acho tão fascinante e simples um diário! Além de gravar no tempo, a próprio punho, a minha história, seria uma lembrança que eu poderia levar pelo resto de minha vida junto a mim. Por mais que momentos marquem a minha vida, algumas coisas sempre se perdem em meio a outras... Não por serem menos importantes, mas por ser natural de mim. A emoção permanece guardada, mas a lembrança do momento nem sempre. Apesar de todo esse encanto que envolve o diário, cheguei à conclusão que por aqui, poderia me expressar de uma maneira mais rápida, não dando chance para o esvanecimento dos meus sentimentos imediatos. Acredito que todo sentimento exorbitante que pulsará dentro de mim em algum momento, será muito bem guardado por esse meu pseudo-diário e que, um dia, todas as lembranças guardadas aqui serão um verdadeiro tesouro de emoções para mim.
Momentos de nostalgia servem para as pessoas darem mais valor ao seu eu e a sua história de vida.
Franciélle Bitencourt.