quarta-feira, 28 de julho de 2010

Idealismo


"Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor da Humanidade
é uma mentira.
É. E por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!

Quando, se o amor que a Humanidade inspira

É o amor do sibarita e da hetaíra,

De Messalina e de Sardanapalo?!


Pois é mister que, para o amor sagrado,

O mundo fique imaterializado
- Alavanca desviada do seu fulcro -


E haja só amizade verdadeira

Duma caveira para outra caveira,

Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!"


- Augusto dos Anjos

Um comentário:

  1. Muito profundo essa forma como Augusto dos Anjos escrevia... Com certeza, o poeta mais original do século!

    ;) parabens pelo blog,estou achando bem legal e sempre que puder,estarei aqui comentando

    paginasdeumvelhocaderno.blogspot.com

    ResponderExcluir