domingo, 10 de outubro de 2010

Espera.


Ela desliga o telefone. Suspira. Não sabe dizer se foi um suspiro de alívio ou de apreensão.
Antes de apertar o botão "off" do telefone escutou as últimas palavras dele: "Quando eu voltar me dá um abraço, bem forte? Sinto saudades. Eu estou voltando pra perto de você, falta pouco. Te amo, beijo."
Um nó molhado se forma instantaneamente na garganta dela. Nó que se desfeito, se exterioriza em forma de lágrimas. "Deixa o nó aí" pensou ela duramente. Deixa para que ele, quando chegar, o desfaça com um beijo longo e um abraço intenso que irão dizer: "Vem cá, me deixa recompensar esses dias com uma noite de amor quente, que vai desmanchar qualquer nó que esses dias deixaram marcados, nesses corpos que tanto se entendem. Que tanto se querem."
Os nós começarão a se desmanchar. As lágrimas começarão a escorrer.
De ambos. Saudosos de amor.
Ela imaginava tudo isso no seu âmago intocável. Ele esperava o momento que poderia realizar o que ela tanto almejava. Eles estavam sintonizados, no mesmo desejo de se ter.
De novo.




Enquanto isso, ela espera.
Paciente. Ofegante. Acelerada. Amante.



Franciélle Bitencourt.

5 comentários:

  1. vou embora amanha. agora é certeza. te amo

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  2. Só há amor verdadeiro onde há sintonia. Onde a paixão, o amor e o desejo parte dos dois lados.
    Incrivel :)

    Bjos!

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  3. Voce disse um pouco da minha vida nessas palavras...
    Suspirei aqui...

    Fantástico!
    ;D

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  4. uau, mesmo! Quase fiquei sem ar aqui. Lindo.

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